terça-feira, 17 de julho de 2012

Me drogo sim, e não me arrependo.

Me drogo da mais forte de todas as drogas ja experimentadas pelo homem.

Ela é pura, te afeta diretamente, te destrói, corrói e mata. Estou viciado, tenho consciência disso, mas o bem que me faz não encontraria em nenhuma outra coisa neste planeta, por outro lado, nem o mal que me faz. Quando estou sob o seu efeito sinto que nada pode me atingir, pois estou voando alto, sou poderoso, sou eterno, fujo deste mundo que me condena e me faz refém de sua conduta, no meu caso, sei que é a unica saída, por isso não abro mão deste entorpecente que enrigesse meus sentidos e me coloca no rumo que quero seguir, afinal, ela é quem guia minha vida, já não tenho controle dos meus pensamentos, muito menos do meu corpo, acabo me deixando levar ... e sou feliz por isso...

Pelo menos até o efeito acabar.

Desta substância, é impossível encontrar em qualquer lugar, pois os ingredientes que à compõem variam de usuário para usuário, logo, não à um lugar certo para adquiri-lo. O tempo que dura o seu efeito depende do cultivo que tem, onde plantou, o que colhe, o que escolhe, o que faz para mantê-la viva, o que faz para fazê-la crescer, se tudo estiver certo o seu efeito pode ser longo e duradouro.

Como toda droga, esta também só te traz ilusão após o uso, toda a felicidade e anestesia que te trás, pode sumir em questão de segundos, e volto a dizer, esta é a droga mais forte já experimentada pelo homem e o que a faz ser assim, é justamente a abstinência que ela te trás após cessar o uso.

É dor constante no peito, é falta de ar a todo momento, depressão, vontade de nada, nada faz sentido novamente, pois o mundo agora é real, não há nada para confortar a dura realidade que o frio lá fora te faz sentir, gelo, solidão, ingratidão. Não há um lugar certo para correr, ninguém realmente se importa, não como parecia que se importavam. Te sobra o relento, e a fria sensação de viver, ou ilusão.

Me drogo sim, todos os dias. Tenho medo, sinto a dor, me sinto sufocado, mas a sensação de estar vivo, já me fortalece, e não ligo para o que vier depois.

Assim que vivo, assim que vou morrer, overdose de sentimentos, de paixão, de amor.

Que venha a dor da morte!


Bruno Silva Paredes



Nenhum comentário:

Postar um comentário