quarta-feira, 20 de maio de 2015

E só de CURVAS vivia o homem…

Há algum tempo a frase acima poderia ser a mais absoluta verdade, sem sombra nenhuma de dúvida ou engano… Houve um tempo, e este tempo continua existindo, em que as curvas eram mais importantes do que as próprias mulheres… O cérebro ainda não era levado tão a sério, muito menos as opiniões e habilidades, mas as curvas, essas sim, eram encaradas de frente e definitivamente, eram sinônimos de saúde e frutífero matrimônio.
 
Ser grande era estar na moda. Padrão único de beleza.
Nossas curvas eram despudoradamente estampadas nas salas de estar e jantar e não somente nos grandes museus como, infelizmente, acontece nos dias de hoje.
Estávamos lá, belas, poderosas, grandes e nuas, invadindo salas e mentes através de nossa exuberância não velada.
Se assim um dia foi, por que hoje já não se é mais?
Ao andarmos pelas cidades observamos uma quantidade enorme de mulheres enormes que atravessam as avenidas, que dirigem seus carros, que falam ao celular, que tomam refrigerante, que riem e correm com as roupas escorregando pelas curvas e as curvas pelas ruas, num charme sem igual. Parte deste charme vem da inocência de não saberem o quão bela são e quantos olhares são capazes de receber.
Não nos damos conta do quanto somos harmônicas e rítmicas, como o nosso corpo carrega uma infinidade de jeitos e trejeitos que conquistam e fascinam, assim como fascinaram grandes nomes da arte do século XIX até os dias de hoje.
Nosso mais importante e famoso fã foi o pintor impressionista francês Pierre-Auguste Renoir, ou simplesmente Renoir, que têm em suas obras um retrato fiel da beleza genuína da mulher de curvas.
E como ele mesmo costumava declarar: “Meu principal objetivo é conseguir realizar uma obra agradável aos olhos…”
Se um gênio da pintura faz uma declaração como essa e em suas obras o que se vê são somente as formas redondas e angulosas da mulher, ele, com certeza, falava com propriedade.
Até Gustave Coubert, criador do movimento realista na pintura, que no início da carreira era um anarquista porque retratava com dureza a classe trabalhadora da França, se rendeu à exuberância de nossas formas e mostrando-se fascinado, deixou-se dominar por nossa volúpia e chegou a ser taxado de obsceno, tamanho o grau de erotismo contido em seus quadros.
Paixão, desejo e curvas, para Coubert, eram sinônimos!
Através do tempo, olhos talentosos nos pintaram e mãos habilidosas nos esculpiram.  
Muitos artistas têm seus traços arredondados, cientes da harmonia que o redondo traz às obras, como por exemplo: Tarsila do Amaral e Cândido Portinari, dois ícones no cenário da arte moderna brasileira.
Não posso deixar de citar o famoso artista Fernando Botero. Pintor e escultor colombiano, Fernando é reconhecido por sua arte abstrata por causa do uso, tão próprio, que faz das cores e formas.
Botero também é um, entre tantos outros artistas, que vê nas formas rotundas a beleza natural que existe nelas. Quando questionado sobre seu estilo, ele declarou: “Um artista é atraído por certos tipos de forma sem saber o porquê. Você adota uma posição intuitivamente. Somente mais tarde você se dá ou não conta desse porquê…”
É meninas, as pessoas se sentem naturalmente atraídas por nossas curvas.
Nossa beleza é algo intrínseco. Por causa dela conquistamos olhares famosos e desconhecidos e fomos, por muito tempo, o padrão de beleza vigente.
Hoje essa beleza é pouco valorizada e demasiadamente criticada, levando as mulheres à loucura, numa busca insana por um padrão de beleza inatingível.
Nas ruas se vêem milhares de mulheres de verdade e algumas poucas “top models”. Essa sim é a realidade em que vivemos; e não aquela das novelas e dos filmes do cinema. Viver a vida é ver a vida como ela é.
Porém, se um dia essa beleza farta já foi ostentada, respeitada e desejada, ela não deixou de existir, pois continuamos aqui. Quem deixou de existir foram os muitos olhos que sabiam apreciá-la, a começar pelos nossos!
Por isso, mulheres lindas, voltemos a escancarar a beleza e a colocá-la em primeiro plano nessa nossa quase cinza realidade.
Vamos pintar uma sociedade mais alegre, mais bonita… mais redonda!
Para isto, basta que nos assumamos como somos: queixos duplos, seios tentadoramente fartos, quadris despudoradamente avantajados, braços gordos, coxas infinitamente largas.
Os olhos do mundo devem reencontrar nossa beleza, reconhece-la e cair de amores novamente e isso só depende de nós, as GRANDES MULHERES!
*Karina Williams

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